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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Férias no Brasil!

Demorei mas finalmente consegui escrever sobre as melhores férias que tive desde que vim morar na Alemanha: Brasil!! Desculpa Europa, você é um charme, mas não existe absolutamente nada parecido com estar em casa.
Foram 20 dias que passaram voando, mas que valeram a pena cada minuto. Mesmo que tenha chovido na nossa praia e eu não tenha conseguido minha marca de biquíni master, eu ainda consegui tirar a nhaca de dias sem sol. Mesmo que a chuva tenha alagado o subsolo e com isso o elevador tenha sido desligado e por isso ficamos todos com dores musculares por descer 16 andares pela escada, ainda assim, nada paga a companhia de vocês!

Guarujá, SP, com direito à caipirinha.

Valeu a pena cada minuto no ninho, tanto no colo do pai e da mãe quando dando colo para uma pequena linda que eu quase morro todos os dias por estar perdendo tanto do seu desenvolvimento. E que o Skype não supre a falta que ela me faz! Aliás, voltei ainda mais apaixonada, o amor é tanto que não há mau humor matinal que resista à um “titia, vem pá sala brincá com a duda, já é de manhã”, às 7:30. E brincar de esconde-esconde, massinha, desenhar (ainda bem que ela ainda não entende os rabiscos toscos da titia), assistir o filme do bruxinho (Harry Potter), Peppa Pig, ouvir a Mônica cantando que vai patinar (?), etc.

Aproveitando cada minuto com ela.

Amor define.

E as comidas?! Arroz e feijão todos os dias. MUITA carne. Churrasco. Tapioca no café da manhã. Rodízio de comida japonesa – no Kosan, claro. Cerveja gelada. Trincando de gelada. Estupidamente gelada. Frutas com sabor !!! Suco bagaço. Comida do sítio da vó. Comida das tias. Comida da mamis. Comida da minha irmã. Pizza do meu pai. Açaí batido com morango, banana picada, granola, leite condensado e leite ninho. Cozinhar “em casa”.

Todo dia era dia de cozinhar, de fazer festa, de beber uma cervejinha, de receber visitas especiais.

Sem contar os barzinhos em Bauru em ótima companhia. Um pulinho ali do lado em Jaú para uma terapia (Shopping do calçado). Missas em português, com abraço, músicas conhecidas, e que fica ainda mais especial junto com a família São Benê. Rever algumas das minhas crianças que não são mais crianças já no Crisma e morrer de orgulho! Almoço de domingo que já é especial por si só. Compras!!!

Um pouco da boa companhia em Bauru.

Foi bem loucura, já cheguei quase na ceia de natal, depois já era ano novo, e uma semana depois já tive que voltar para São Paulo pegar meu voo. Infelizmente não consegui ver todo mundo, mas fiquei super feliz com todos que consegui rever.

Papis e Mamis.

Soul Sister.

Já entrei no avião com saudades. E com muitas lágrimas nos olhos. E vim pensando em todas as repetidas perguntas sobre minha vida na Alemanha, achei bacana saber de alguns que acompanham o blog... mas me incomodou muito os discursos de ódio sobre eu querer voltar para o Brasil um dia. Ou post de brasileiros que moram na Alemanha e também vieram ao Brasil e reclamavam diariamente de alguma coisa: do calor, da burocracia brasileira, da falta de transporte, do quanto era perigoso sair a noite sozinho, que tudo fecha nas festas (aqui tudo fecha nos domingos!), do Roberto Carlos na TV, enfim, sabe, voltou porquê?
A pergunta mais esquisita que me fizeram era o que eu estranhei quando cheguei no Brasil. Para ser sincera, único momento de confusão que eu tive foi no mesmo dia que cheguei (cheguei às 7h e fomos direto para o litoral) e de tarde caminhando de volta para o apartamento escutei um grupo de turistas conversando em português e fiquei prestando atenção até exclamar: “olha, são brasileiros também”! Mas poxa, cansaço, jetlag, primeiro dia, vamos dar o devido desconto. De resto nada mudou. Não me senti ameaçada achando que seria assaltada a qualquer momento, ou forcei um sotaque alemão, falei “Ja” no lugar de “Sim” (conheci uma menina no aeroporto vindo da Holanda que fazia isso conversando comigo, tipo, sério? Se fosse minha amiga mandava falar direito), nada disso. Como dizia Charlie Brown, foi tudo “natural como a luz do dia”.
Aos que odeiam tanto o Brasil e acham que é tão legal morar fora (e é mesmo uma experiência incrível!!!), se joga sabe, mas é feio cuspir no prato que come. É amargo. Faz mal! Eu sou completamente aberta ao meu futuro, sei que vou morar na Alemanha até finalizar meu doutorado, e que volto a morar no Brasil por pelo menos mesmo período que morei na Alemanha, assinei um contrato e vou cumpri-lo sem sofrimento. Depois disso, pode ser que eu perceba que nunca mais quero sair do Brasil, ou que o mundo fique pequeno e eu resolva morar cada ano em um país diferente. Não sei. Mas independente de onde eu decida morar, vai ser por opção. Eu escolhi morar na Alemanha e sou feliz aqui. E quando eu voltar tenho certeza que vou ser feliz no Brasil. Não sintam pena do meu futuro, independente de onde ele seja.

Enfim, claro que o momento mais difícil foi a despedida no aeroporto, ainda mais difícil que quando me despedi pela primeira vez. Se eu pudesse traria todo mundo comigo, e pronto, sem angústia! Mas um pedacinho meu ficou, de novo. Ainda me perguntam se eu voltaria a viver no Brasil... e recuperar meu pedacinho que ficou lá?! Com toda certeza!! Adoro o estilo e qualidade de vida que tenho na Alemanha, mas vivi 26 anos muito felizes no Brasil, não vão ser 4 anos que vão me fazer esquecer deles! E começa a nova contagem regressiva, não vejo a hora de abraçar todos vocês de novo.

Família linda na despedida no aeroporto.

2 comentários:

  1. Adorei seu post, Lígia!
    Eu, aqui de SP, voltando pra Bauru quase todo fim de semana, quando passei 1 semana inteirinha na terrinha, já tive vários desses sentimentos que vc teve nas suas férias!
    Não importa pra onde a gente vá, tem coisas que sempre terão um sabor de "lar", de onde a gente veio!
    Bonito seu respeito pelo Brasil! Penso o mesmo! Pra mim, mesmo com todos os dissabores, é o melhor lugar!

    Bjo, Jeniffer Deus :)

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    1. Olá!! Bacana você ter comentado aqui!! Sim, eu acredito que nao existe lugar perfeito no mundo, mas por mais imperfeito que seja o lugar que viemos, lá sempre vai ser nossa casa. Quando vejo coisas bacanas aqui fico imaginando como seria ter o mesmo no Brasil, e é sim possivel. Aos poucos. Eu ainda acredito no nosso país! Beijos!!

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