Visitante número:

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Como conseguir uma bolsa para estudar fora?


Esse é meu primeiro post feito por encomenda! Já tinha pensado em escrever sobre o assunto por ter várias pessoas me perguntando e por fim foi caindo no esquecimento...  mas já que veio à tona, vamos lá dedicar um post para responder a pergunta: como conseguir uma bolsa para estudar fora?


Fonte: Google Images

Hoje eu sinceramente acredito que está muito mais fácil. Por exemplo, 8 anos atrás (!!!) quando entrei na faculdade,  o programa Ciências sem Fronteiras (CsF) ainda não era esse sucesso todo, então quem quisesse fazer um intercâmbio durante a faculdade precisava muitas vezes de um paitrocínio para poder realizar tal sonho. Já hoje, a meta só para as bolsas de graduação sanduíche para 2015 é de chegar a mais de 60% de todas as bolsas de estudos no exterior (64 mil bolsas de 101 mil bolsas oferecidas), ou seja, se for o seu caso, a chance é muito grande, basta ficar de olho nos editais do site do CsF. Mas hoje vou falar especificamente das bolsas de doutorado, vamos lá:

1. Doutorado Pleno ou Doutorado Sanduíche?
Então primeiro é preciso ter foco. Quanto tempo você quer ficar no exterior? Faça planos acessíveis, obviamente se você tem parceiro, filhos ou familiares que dependem de você fica um pouco mais complicado (mas definitivamente não impossível). Caso se decida pelo Doutorado Sanduíche, você terá seu orientador no Brasil e no seu plano de estudos fará um cronograma de 3-12 meses para um aprofundamento teórico, coleta parcial de dados ou aprendizado sobre novas ténicas para aplicar no seu projeto. Caso seja de seu interesse (e dos seus orientadores), o período pode ser estendido por até 24 meses. Lembrando que nesse caso, não há benefícios para dependentes. Já o Doutorado Pleno normalmente é realizado entre 36-48 meses inteiramente no exterior. Nesse caso, há um adicional para até dois dependentes, desde que a permanência deles no exterior seja de no mínimo 9 meses ininterruptos.

2. Como conseguir um orientador estrangeiro?
a) Claro, é muito mais fácil caso seu orientador do mestrado ou professores da (pós)graduação tenha algum contato na sua área. No meu caso eu não tinha ninguém. Se esse também é seu caso, fique tranquilo que ainda tem outros métodos!
b) Se o seu objetivo for fazer o doutorado na Alemanha, no site do DAAD tem uma parte em que se oferece as vagas de doutorado (caso tenha interesse, clique aqui), você abre e veja se o seu perfil encaixa no que o seu futuro provável orientador procura e entre em contato! Sugiro que procure em várias áreas porque muitos cursos são bem interdisciplinares, por exemplo, sou fisioterapeuta, faço parte de um laboratório de engenharia na faculdade de medicina. Então tire o dia para procurar o seu orientador com calma, afinal, você precisa gostar do que vai fazer dentro dos próximos 3-4 anos!
c) Se você não quer Alemanha (ou não tinha nenhuma proposta interessante no site) e no país que você procura não tem nenhum site assim, faça o seguinte: abra TODOS os artigos que você tem das suas última revisões, separe os seus favoritos e procure mais artigos dos últimos anos desse autor que você separou. Vai te dar uma ideia do que esse pesquisador tem trabalhado nos últimos anos, e, caso seja do seu interesse, entre em contato (é pra isso que tem o e-mail do autor principal nos artigos).

3. Como entrar em contato com um futuro provável orientador desconhecido?
Primeiro se apresente, claro, e em seguida elogie o trabalho do seu pretendido orientador. Depois de massagear o ego, diga quais seus interesses e o porquê. Por exemplo: “Olá, meu nome é Fulano. Vi que o(a) senhor(a) trabalha com com o assunto x (mostrando que você não está por fora do trabalho dele(a)), pois li o artigo y e fiquei muito interessado na sua pesquisa (massageada no ego). Gostaria de poder discutir com o(a) senhor(a) a possibilidade de fazer parte do seu grupo de pesquisa para poder desenvolver um projeto de doutorado (direto ao ponto).  Sou formado em z, tenho especialização/mestrado em w e trabalhei com p (breve apresentação sobre suas habilidades). Espero ansiosamente por uma resposta, com os melhores cumprimentos, Fulano”. O máximo que pode acontecer é você não ter uma resposta, mas se você não enviar, também não vai obter nenhuma, então eu diria que com o e-mail você já está no lucro. Sugiro ainda que você já traduza o seu currículo para a língua do seu orientador (ou no mínimo inglês) porque é a primeira coisa que todos eles perguntam. Alguns deles podem ainda sugerir alguma entrevista pelo Skype, então fiquem preparados.

4. Quais os documentos para fazer inscrição?
Basicamente é preciso preencher o formulário online com informações pessoais, enviar o CV (lattes), históricos escolares (graduação e de pós), currículo do possível orientador, carta de aceite ou correspondência trocada e o plano de estudos.

* Carta de Aceite *
Eu daria uma atenção especial para essa carta. É nela que você vai provar que você e o seu futuro orientador estão em perfeita harmonia e que realmente ambos estão firmes no objetivo de trabalharem juntos. Se você tiver um pouco de sensibilidade (e coragem), peça que ele descreva como vocês começaram o contato, como você será recebido e orientado. Se a carta de aceite não estiver muito boa, anexe os e-mails que vocês trocaram, mas geralmente eles sabem como fazer. Ah, a carta pode ser em inglês mesmo.

* Projeto de Pesquisa *
O projeto é meio que livre, então não entre em pânico. Como o projeto pode ser em português, você não precisa ficar enviando para seu futuro orientador corrigir. O objetivo é avaliar se você sabe desenvolver um projeto de pesquisa, ainda que não seja exatamente o projeto que pretende cumprir, afinal, a maturidade para desenvolver o projeto virá nos anos de doutorado, e não no desespero de conseguir uma bolsa. Mas também não escreva algo muito longe do que será realizado. Baseie-se nos últimos trabalhos do seu orientador e na sua experiência. Peça sugestão ao seu orientador, a minha me deu várias dicas para que eu fosse mais rápida no meu processo, mas ela já tinha orientado um brasileiro antes com a mesma bolsa, então ajudou bastante. Mas tenho certeza que se você explicar tudo que precisa para seu orientador e ele realmente te quiser no grupo de pesquisa dele, ele fará o possível para te ajudar também. Eu fiz tudo no padrão ABNT, com capa (com o nome da universidade de destino, título, cidade, ano), introdução e justificativa (foquei em dados epidemiológicos brasileiros e no quanto a tecnologia alemã poderia ajudar - se você conseguir associar qualquer tipo de tecnologia é sucesso garantido!), objetivos gerais e específicos, metodologia com direito a fluxograma para não deixar dúvidas, especifiquei as tecnologias que seriam utilizadas (baseadas no que minha orientadora possui no laboratório) e como seria a futura análise de dados. Não se esqueça de deixar todos os verbos no futuro. Referências. Justificativa pela instituição no exterior: não sabe o que escrever? Entre no site da instituição e se aproveite da justificativa deles! Cronograma de atividades feito no excel, colorido com passo a passo: familiarização com laboratório, discussão sobre o projeto e revisão da metodologia (ou seja, o seu projeto vai mudar), revisão de literatura, estudo piloto, coleta de dados, análise e discussão dos dados, elaboração de artigos, defesa da tese e prestação de contas.

5. Quanto tempo demora todo o processo até ter o contato com o orientador, carta de aceite e resposta?
Calma. O tempo varia muito e depende exclusivamente de você e do seu orientador. No meu caso, em 20 dias após o primeiro contato estava com o projeto pronto e carta de aceite e currículo da minha orientadora em mãos para anexar na inscrição. A resposta demorou mais de 5 meses. Sim, quase entrei em desespero e morria de vergonha quando minha orientadora mandava e-mail perguntando por novidades. Mas sei de casos que demoraram 5 meses até o orientador realmente dar alguma resposta positiva. Mas quando enviei, ainda não tinha os calendários fixos com período de envio e de resposta e quando vai começar as atividades. Era fluxo contínuo tanto para pedir a bolsa quanto na universidade de destino. Então sugiro que você fique esperto com as datas e avise seu orientador até quando você precisa dos documentos.

6. Tenho que fazer prova de proficiência?
Não necessariamente, depende da sua universidade de destino. Caso esteja indo para Portugal por exemplo, obviamente você não precisa de certificado de português. E ainda existem várias universidades internacionais que é só exigido inglês. Minha orientadora deixou especificado na carta de aceite que na instituição aqui não é necessário provar meu alemão (ou sem chance!) ou qualquer outro idioma. Já tínhamos nos falado pelo Skype e tive a oportunidade de vir conhecê-la antes do resultado final e a comunicação em inglês foi tranquila, mas ela deixou claro que quer que eu aprenda o idioma, pois as reuniões do grupo e disciplinas que ela ministra (e gostaria que eu pudesse assumir algumas aulas no futuro) são todas em alemão. Algumas outras é necessário fazer os testes de proficiência, então fique de olho ou pergunte para seu orientador se é o caso e cuide disso com antecedência. E se não for o caso, elabore um arquivo em .pdf escrito "Não se aplica".

7. Preciso do mestrado para fazer o doutorado pleno?
Não necessariamente, depende da sua universidade de destino. De novo, converse com seu orientador para ver se é o caso, pois ainda que ele te aceite, é necessário verificar na instituição se o doutorado direto é uma opção. Mas não é impossível, no primeiro contato já especifique que você não fez o mestrado para facilitar a escolha pelo lugar certo.

8. O que são as taxas escolares e de bancada?
Nem todas as universidades são de graça! E o CsF paga pelas anualidades do seu doutorado. Procure no site da sua universidade o valor que você precisa pagar (geralmente são anualidades) para preencher no formulário online durante sua inscrição. No meu caso, perguntei para minha orientadora e ela falou um valor aproximado, então já está previsto o valor, eu pago semestralmente e envio para ter o reembolso. Já a taxa de bancada é pra custear o seu projeto, quando exigido pela instituição. Verifique com seu orientador se será preciso e faça uma cotação do valor necessário.

9. O que fazer enquanto aguardo a resposta?
Comece a se preparar para a mudança, claro! Entre no site da universidade, verifique todos os documentos necessários para a matrícula, vá atrás de um tradutor (se não conhecer nenhum, entre no site do consulado do seu país de destino no Brasil que geralmente eles oferecem uma lista) e traduza seus documentos (diplomas e históricos escolares). Fique preparado para dar entrada no visto separando todos os documentos e formulários exigidos. Quanto mais organizado você estiver, menos stress para resolver tudo no curto período entre o aceite e o embarque.
 
Fonte: Google Images

Esses são os passos básicos e dúvidas mais frequentes. Eu poderia dar mais informações, mas todas elas estão nos manuais de cada bolsa específica do CsF. Única coisa que eu posso dizer é: se você fizer todos os passos e pedir a bolsa, a chance de você conseguir é de 50%! Sim ou não. Mas se você não enviar a proposta, com certeza a chance é de 0%. Só por curiosidade, até 2015 serão concedidas 15 mil bolsas de doutorado sanduíche e 4,5 mil bolsas de doutorado pleno. Uma delas pode ser sua! E se o seu orientador tiver interesse, existem diversas outras formas de se conseguir recursos para desenvolver seu projeto no exterior, tenho certeza que ele saberá te orientar. Boa sorte!!


 
Fonte: www.cienciasemfronteiras.gov.br e experiência própria.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Amigos brasileiros, só no Brasil!



Todo mundo que teve a oportunidade de morar no exterior um dia já pensou o seguinte: "não vou fazer amigos brasileiros para mergulhar na cultura local e aprender o idioma o quanto antes for possível", ou ao menos ouviu alguém dando tal instrução. Eu pelo menos pensei exatamente assim. Confesso que mesmo quando viajo e escuto brasileiros na rua não dou uma de louca e puxo assunto só pra poder falar português, afinal, a passagem de volta para o Brasil está comprada, e então a oportunidade de praticar o inglês-espanhol-francês-mandarin-whatever e de conhecer pessoas novas do país visitado ou de outros países, perdida. E foi com essa mentalidade que conheci meu namorado alemão enquanto estava nos EUA. Além de um espanhol, uma canadense, duas suiças... e uma brasileira! Claro, os brasileiros hoje em dia estamos proliferados no mundo, não disse que me proibo de conversar com brasileiros, mas acho bacana e agrega poder abrir um pouco o círculo e trocar experiências.

Fonte: Google Images

Quando estava com tudo pronto pra me mudar para a Alemanha, eu não estava pensando muito diferente, mas o pensamento não durou nem uma semana! Eu não sabia absolutamente nada em alemão (não que hoje eu saiba muita coisa...), sofria cada vez que ia no mercado e não sabia o que comprar para o almoço. E quando precisava de algum produto de limpeza então?! Claro que eu poderia optar por passar por tudo sozinha, errar até aprender, mas se tantas pessoas já passaram pela mesmissima situação, por que não me aproveitar da experiência alheia?
E então comecei a entrar em alguns grupos "de apoio" de brasileiros morando na Alemanha, outros somente de brasileiras (com assuntos de mulherzinha...), e como não tinha um específico para a cidade que estou morando, criei eu mesma um. E foram neles que descobri onde comprar leite condensado, feijão, polvilho, farinha de mandioca ou mesmo receitas que variam de pão de queijo a feijoada, com ingredientes já traduzidos para o alemão. Por fim, eu lamentei e muito por ter demorado tanto para entrar nos grupos, uma vez que poderia ter tido todas as informações necessárias e evitado tanto peso de coisas que trouxe do Brasil sem nenhuma necessidade!

Fonte: Google Images

E ainda vai muito além de informações básicas e traduções, apesar de muitos que estão no Brasil acreditar que a vida dos brasileiros no exterior é perfeita, não imagina o perrengue até descobrir tudo que precisa (e a gente nunca sabe tudo), aprender a língua, se adaptar a nova rotina, nova cultura, e quando parece que está tudo bem, vem aquela crise de saudades que só quem está vivendo a mesma situação consegue entender.
Até eu entrar nos grupos, também tive a doce ilusão que eu era a única brasileira namorando um alemão. Na verdade, enquanto ainda estava no Brasil, tantas pessoas me fizeram acreditar que meu relacionamento era uma bizarrice que nem imaginei que poderia encontrar pessoas no mesmo barco. Pasmem, só no facebook tem um grupo de 890 mulheres brasileiras casadas com estrangeiros. E também tem quase 4 mil mulheres brasileiras na Alemanha, e vive rolando tópicos sobre documentação de visto e casamento.
Tem os grupos mais sérios e tem os grupos mais leves, gosto de todos, alguns são tão mortos que nem sei porque existem, desses eu não gosto. Os  mais sérios chegam até a ser chatos de tantas regras, mas neles tem documentos preciosos sobre toda burocracia alemã para brasileiros, dicas, vagas de empregos, médicos e dentistas que falem português, etc. e outros com posts sobre tudo, mas eu pelo menos vejo que o principal nesses é realmente a integração de pessoas que estão vivendo a mesma situação, que se possa falar de tudo, trocar experiências, desabafar, lembrar das comidas típicas da região de cada uma no Brasil, e por aí vai...
Por fim a gente cria laços com tantos estranhos que não precisam especificamente fazer parte da sua lista de amigos, mas que estão lá, sempre comentando em todos os tópicos e sem querer contamos um pouco da nossa história, escutamos um pouco outras e traz um sentimento bom de não estarmos sozinhos. Claro que é preciso saber filtrar, tem pessoas que logo de cara já aparece com uma nuvem negra que ultrapassa barreira virtual de tanta negatividade, ou porque tudo da Alemanha não presta, os alemães são todos nazis e que se pudesse (?) voltaria para o Brasil ou que tudo no Brasil não presta e por sorte se sente mais alemã(o) que brasileiro (?) e não tem paciência para se envolver mais com assuntos e pessoas do terceiro mundo.
O que importa é que graças a esses vários brasileiros que eu rejeitei antes mesmo de conhecer que me fortaleço a cada dia. Saber que apesar todas as dificuldades, é possível se apaixonar a cada dia mais pelo lugar em que se está morando sem deixar de amar de coração nosso Brasil. E é uma delícia poder fazer encontros e sentar todo mundo numa roda e falar português pra variar um pouco, dar beijo no rosto para cumprimentar e um abraço para se despedir. Falar alto (e sem parar) sem se preocupar nas pessoas em volta encarando. Reparar nas mesmas coisas e hábitos estranhos, comentar sobre o assunto e rir!
E no fim saber que podemos contar um com o outro, afinal está na essência do brasileiro a leveza, alegria e solidariedade para ajudar. Claro que é importante conhecer também nativos, se enturmar, praticar o idioma, se envolver com a cultura... ainda não tive oportunidade de me envolver com alemães além do trabalho, mas tenho certeza que é totalmente possível fazer amizade com eles, digo mais, uma vez que se conquista um alemão, eu diria que se tem um amigo para vida toda. Mas quando te der saudades do calor humano da nossa terrinha, só mesmo um bom amigo brasileiro pra suprir e te aquecer desse inverno europeu!!

Fonte: Google Images

sábado, 26 de julho de 2014

Eau de Cologne

Quantas vezes você já não leu “eau de Cologne” no seu perfume? E já se perguntou de onde essa palavra veio? Bom, parece óbvio: da França, #sóquenão. Sabe de onde ela vem? De Colônia! Sim, pasmem, o primeiro perfume do mundo é de origem alemã e não francesa!!
Se você mora na Alemanha ou já sabia da história pode fechar o blog, mas eu não sabia e vou documentar aqui também!! Tudo começou na Casa Farina. O nome dele era Giovanni Maria Farina (1685-1766), um italiano que morava aqui na Alemanha, e ele criou uma fragrância a qual ele deu o nome de Eau de Cologne (Água de Colônia), tornando na época a cidade de Colônia internacionalmente conhecida como a cidade do perfume.

Eau de Cologne Farina. Fonte: Google Images

E por que Eau de Cologne e não Kölnisch Wasser? Porque naquela época o idioma usado tanto no comércio quanto falado pelos nobres era o francês. Isso tudo foi no ano de 1714, cem anos antes de os franceses conquistarem a cidade e muito antes da famosa Catedral ter sido concluída.
Dizem que muitos já tentaram copiar esse perfume, porém até hoje ninguém conseguiu. Giovanni Maria Farina, considerado “Pai da Perfumaria Moderna” foi homenageado pela cidade, e sua escultura de pedra está na torre histórica da Prefeitura de Colônia.
Sua lista de clientes é longa e nobre. Entre alguns conhecidos estão: Napoleão Bonaparte (1804); Dom João VI, Rei de Portugal (1818); Dom Pedro I, Imperador do Brasil (1822); Heinrich Heine (1824); Rei Ludwig II de Bayern (1872); Princesa Diana (1999); Bill Clinton (2000). Lá na casa Farina, você pode ver esses e muitos outros nomes de clientes numa lista gigantesca na parede!
Hoje em dia, a oitava geração da Família Farina ainda produz o mesmo perfume e estão no mesmo endereço desde 1723. A loja abre de segunda a sábado das 10:00 e 16:00 e no domingo entre 11:00 e 16:00 e fica na Obenmarspforten 21. Para quem quiser saber mais, é possível visitar o Museu do Perfume  na Casa Farina com tour guiado, custa apenas cinco euros!

Casa Farina. Fonte: Google Images

E daí tem a história do tal Wilhelm Mülhens, que criou sua própria Água de Colônia em 1792. Ele comprou direitos autorais para vender sua fragrância como Farina, também em Colônia, de um suposto membro da família Farina na Itália, que na verdade se aproveitou do sobrenome para ganhar dinheiro. Mais tarde a Família Farina entra em briga judicial e Mülhens adota então o nome 4711 como marca dos seus perfumes, número da casa onde morava em Colônia.

Eau de Cologne 4711. Fonte: Google Images

Em 1943, juntamente com mais de 80% da cidade de Colônia, a casa 4711 foi destruída e, em 1964, foi re-inaugurada na Glockengasse 4, onde permanece até hoje. A loja abre de segunda à sexta das 9:30 às 18:30 e sábado das 9:30 às 18:00.

Casa 4711. Fonte: Google Images

Mülhens conquistou fama mundial e é possível adquirir produtos ou saber mais no site e mesmo na loja em Colônia. Eles possuem museu próprio com a história do perfume 4711, com visitas guiadas (em alemão) nos sábados às 13h até 14h e a entrada custa também cinco euros por pessoa. Lembrando que em ambos, caso você não fale alemão, você precisa enviar um e-mail ou preencher formulário nos sites com antecedência agendando sua visita em outra língua.
Eu particularmente não fui em nenhum dos museus, e como era um domingo, só consegui visitar a Casa Farina, já que a Casa 4711 estava fechada. E apesar de parecer valer a pena, eu não sabia sobre o tal registro e não quis arriscar quase 1 hora de explicações em alemão. Quem sabe mais pra frente?! Mas só a loja em si já é bem interessante, as funcionárias são bem informadas e tiram todas as dúvidas dos turistas.


Fonte: folder adquirido na Casa Farina e sites oficiais da Casa Farina e Casa 4711.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Festa de Verão!

Quando ainda estava no mestrado no Brasil, ouvia regularmente dos professores doutores a importância da interdisciplinaridade. O meu programa era interdisciplinar, pelo menos teoricamente, mas na prática estou vivendo essa interdisciplinaridade pela primeira vez e finalmente entendo sua importância. Aqui na Alemanha estudo/trabalho no Helmholtz-Institut, e só dentro do nosso (sub)grupo temos engenheiros, físicos, matemáticos, fisioterapeutas e biólogos. Isso sem contar que trabalhamos diretamente com alguns médicos da Uniklinik, ou seja, os "problemas" são vistos e analisados por diversos ângulos, trazendo soluções muito mais amplas e, consequentemente, muito mais benéficas para os pacientes.
Faz quase quatro meses que estou aqui e tenho que admitir que não conhecia muita gente além do meu próprio (sub)grupo, apesar de trabalhar em um prédio razoavelmente grande, nunca tinha me atentado para o quão grande o instituto realmente é! Faz algumas semanas recebemos um e-mail com o convite para a Sommerfest (Festa de Verão) para integração dos grupos, com almoço e brincadeiras. Pensei comigo, festa de alemão do trabalho com brincadeiras? Super! (irônico).
Confesso que fui surpreendida.... primeiro: com o clima! Depois de vários dias nublados, o dia estava realmente quente e ensolarado como o verão tem que ser. Em segundo com o almoço: para beber tinha refrigerante normal e light, água com gás, sucos e CERVEJA, à vontade. O cardápio do almoço era salada, pães e molhos a vontade e no buffet quente tinha lagarto ao molho madeira, frango com molho vermelho e peixe com molho branco, além de arroz branco, batatas em conserva, batatas gratinadas com molho, batata frita, batata assada, purê de batata e uma lasanha vegetariana. Ah, teve sobremesa! Mini bolos e frutas. Vale a pena ressaltar que a fila da salada e do pão estava maior que a do buffet quente. E que as frutas acabaram e os bolos continuaram lá pra sempre!! E eu como uma boa gordinha fiquei feliz, claro!!

Cerveja para os estrangeiros e cola light para a alemã!

E por fim, as brincadeiras foram surpreendentemente divertidas!! Estamos divididos em sete diferentes grupos dentro do instituto, e cada grupo possui em média quatro subgrupos, cada um com seu próprio laboratório, projetos e orientador. Para a brincadeira, cada subgrupo cedeu um representante para montar uma apresentação geral do grupo com 10 slides, que na verdade resultaram em apresentações um pouco além do trabalho que realmente fazemos. Porém, as apresentações foram sorteadas e cada grupo apresentou um outro grupo, sem ter visto os slides anteriormente. Teve quem apresentou em alemão, dialetos da região, inglês, espanhol e francês. Teve engenheiros explicando como funciona o coração e o sistema neuromuscular, biólogos explicando fórmulas complexas da engenharia e programação de robôs e ainda físicos explicando como funciona a reprodução humana, com direito a slides explicando como você deve evitar ou mesmo "fazer" filhos. Sim, brincadeira mega-super-extra nerd, mas rendeu boas risadas, enquanto a cerveja continuava rolando solta!

Slide sacanagem mega específico de cardio para o pessoal da engenharia explicar!

Após apresentações, começou um jogo meio similar à imagem e ação, mas aí eles me perderam porque as palavras eram em alemão, e como todos sabem, meu nível de alemão é lamentável para permanecer em algum local por livre e espontânea vontade com cara de paisagem... mas todos pareciam continuar se divertindo. Quem não estava participando dos jogos, ficou nas mesas bebendo e conversando (em inglês, ufa!).
E com isso tudo, percebi o quanto é bacana poder trabalhar sem ter o "laboratório inimigo". Na verdade, muitos professores aqui frequentemente trabalham juntos e todas as vezes que recebemos convites de outros laboratórios do instituto para algum tipo de apresentação, seja de um novo projeto, tese ou mesmo por ter um professor visitante, basicamente nossa orientadora nos "re-convida", leia-se obriga, a prestigiar tal evento. Enfim, que venha a festa de outono. E a de inverno. Tschüss!