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Monge mirim em Hpa-An. |
Hpa-An é a capital de Kayin State, estado que faz fronteira com a Tailândia. A cidade fica aproximadamente 270 km de distância de Yangon, porém a viagem entre as duas cidades leva em torno de 6/7 horas de ônibus. Nos arredores tem várias montanhas, cavernas, templos e pagodas (santuários budistas) para serem explorados.
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Escadaria da montanha Zwe Kabin |
Fomos na sexta-feira final da tarde em um ônibus “Express” (ônibus local, tipo uma viagem no tempo pra 30 anos atrás) e chegamos quase 1 hora da manhã. Na verdade, a saída estava marcada para às 18:30 no ticket, mas saímos de Yangon às 18:00 (eles avisam que devemos estar na rodoviária com 1 hora de antecedência). Fizemos uma parada longa para jantar e ir ao banheiro (aparentemente não é comum ter banheiro dentro do ônibus), porém não entramos em nenhuma outra cidade no caminho. O que na real nem faz sentido, uma vez que não existe uma rodovia propriamente dita, e sim um tipo de estrada vicinal (o que explica o tempo de viagem para uma distância tão curta).
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Macacos nos telhados do mosteiro no topo da montanha Zwe Kabin e a vista durante trilha |
No sábado fomos fazer a trilha pro topo da montanha Zwe Kabin (722 metros de altitude). Fica um pouco fora da cidade, então pegamos o “táxi” local, uma moto com um carrinho anexo pra até 6 pessoas (tuk-tuk) até a entrada da montanha. Estrangeiros precisam pagar 3 dólares (4.000 MMK) pra poder subir. A trilha é sensacional, no meio de muito verde, várias cachoeiras e nascentes. Mas a gente teve muito azar, 10 minutos na trilha e começou a chover extremamente forte. As escadas são irregulares e, de tempo em tempo, nascentes passam pelo meio dela deixando a pedra extremamente escorregadia. Por conta disso e da parada numa primeira parte coberta, demoramos 1 hora e 50 minutos pra terminar a subida (Nem preciso mencionar que chegamos ensopados no topo, né?!).
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Vista de cima da pagoda, a gente ensopado no meio da neblina. |
Fomos recebidos por uma família gigantesca de macacos pulando entre árvores e o telhado do mosteiro e um aviso: “pernoite não é permitida para estrangeiros”. Cogitamos dormir uma noite lá (lemos sobre a experiência em vários blogs), mas depois pensamos no trabalho em fazer check-in e check-out no hostel, levar as coisas pra cima e depois descer com elas, e desistimos. Ainda bem! Ao menos pudemos almoçar lá, tem um restaurante vegetariano com um preço bem acessível (arroz, legumes frios e refogados, sopa e chá deu 2.000 MMK por pessoa – pouco mais de 1 €). Também é possível comprar bebidas e snacks pro caminho de volta. Depois de repor a energia, subimos o final das escadas pra pagoda e ter acesso a vista sensacional (ironia).
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Almoço no restaurante do mosteiro. |
A gente ia descer pelo outro lado, aparentemente uma mistura de escadas e trilhas de terra, mas depois da chuva que pegamos pra subir, ficamos com medo de simplesmente atolar na descida! Caímos algumas vezes pra descer, mas levamos apenas 1 hora e 20 minutos pra chegar no ponto inicial. O mesmo taxista voltou pra buscar a gente (ele deixou o telefone dele com a gente), a viagem ida/volta custou 10.000 MMK (6,25 €). Já de volta, caminhamos pelo centro da cidade, rodeamos o lago Kan Thar Yar, tomamos um café numa padaria nas redondezas e voltamos pro hostel, exaustos. Não tem muita opção de bons restaurantes na cidade, mas tinha um razoável perto do hostel e acabamos jantando lá as duas noites. No dia seguinte, bateu um arrependimento duplo por ter feito a trilha no sábado: primeiro porque o dia estava lindamente ensolarado; segundo porque eu mal consegui ficar em pé! As pernas pareciam gelatinas e cada degrau fazia com que eu sentisse cada uma das fibras dos meus músculos doerem insanamente.
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Pagoda Kyauk Ka Latt. |
Saímos depois do café da manhã pra pegar um táxi (na verdade era um motorista informal) pra levar a gente primeiro pra uma das principais atrações de Hpa-An: a pagoda Kyauk Ka Latt. Fica no caminho pra montanha Zwe Kabin, logo, é possível combinar os dois em um único dia. Ficamos 1 hora por lá batendo fotos, subimos até a pagoda (um degrau por vez! :D), passamos pelo mosteiro e visitamos o templo budista Chan Thar Gyi.
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Templo budista Chan Thar Gyi. |
O motorista esperou a gente e de lá fomos direto pra caverna Kaw Ka Thaung. Nosso interesse na verdade era visitar o vilarejo próximo. Tem diversas outras cavernas na região, mas não é recomendável visitá-las no período de monções e preferimos não correr o risco. Se fosse o caso, seria necessário ficar mais um dia pra poder visitar todas.
Budas infinitos dentro da caverna Kaw Ka Thaung.
O vilarejo foi uma surpresa bem agradável. Tinha um movimento enorme de nativos estacionando, pensamos até que estava tendo algum tipo de evento. Mas na verdade a vila é cheia de restaurantes sobre o lago e termina num tipo de piscina pública (que estava lotada)! Almoçamos por lá e esperamos a chuva passar pra poder voltar pro ponto inicial onde o táxi foi buscar a gente. O trajeto total (em torno de 4 horas entre dirigir e esperar) custou 20.000 MMK (12,50 €).
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Piscina pública do vilarejo com vários nativos. |
Na cidade andamos meio sem rumo, entramos nos templos, algumas lojinhas locais, nas pagodas Thit Hta Man Aung (na rua principal) e a Naung Taw Gyi, que tem uma vista fantástica pro rio Salween (Thanlyin River).
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Rio Salween: vista da pagoda Naung Taw Gyi. |
Depois de lá, fomos jantar, voltamos pro hostel pra tomar um banho e carregar o celular antes de pegar o ônibus noturno. Dessa vez era um dos VIP, que era pra ser dos melhores. Bom, e era. Fomos 45 minutos mais cedo com medo de acontecer o mesmo que na ida, mas dessa vez o ônibus veio 50 minutos atrasado. E na verdade não existe rodoviária, é um ponto de encontro! Como era tarde, não tinha ninguém na rua, estava chovendo torrencialmente e todos os pontos secos que tentamos nos esconder aparecia uma barata (Leia isso chorando. Obrigada). Logo, preferi ficar na chuva na incerteza se o ônibus realmente viria. O ônibus veio, tinha coberta, água, tv individual que nem em avião, mas de novo, não tinha o principal: banheiro! Fizemos a mesma parada que na ida, e dei trabalho porque precisei ir uma segunda vez (pediram no pedágio pra me deixar usar o banheiro deles). Dessa vez fomos parados na fronteira do estado e o policial especificamente foi direto nos assentos ocupados por estrangeiros (provavelmente deve ter sido previamente informado) pra checar nossos passaportes.
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Vista do vilarejo saindo da caverna |
Se fosse o caso de estar mochilando pela Ásia, o melhor seria continuar até Myawaddy e de lá passar pela fronteira pra Tailândia. O ônibus Express local é muito barato, custou 4 dólares (Yangon > Hpa-An)! Eu não ando com a mesma paciência de antes pra cálculos, mas acredito que a viagem toda (ônibus ida/volta, hostel, alimentação, atrações e táxi) custou em torno de 50 € por pessoa.
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Caminho entre caverna Kaw Ka Thaung e vilarejo. |
Pra finalizar, gostaria de dizer que estou cansada de ouvir pessoas arrotando e escarrando na rua. Desculpem o desabafo nada a ver com o final de semana turístico e até o próximo passeio.
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